Quinta-feira, 18 de Setembro de 2008

Uma história em Fundada (Concelho de Vila de Rei)

 

 

Noite de verão, arraial ao ar livre.

 

A banda chegou, descarregou, montou, ligou... enfim, a rotina de sempre... e tocou.

 

O arraial realizava-se no largo principal, situado ao lado da Estrada Nacional 2, que liga Vila de Rei a Abrantes, mas sobreelevado em relação a esta. Como tal, e por óbvias razões de segurança, o largo era delimitado por um parapeito de pedra.

 

Antes de continuar a história, deixem-me dizer-vos que a vida de cinco músicos de baile é feita de muitos ensaios, muitas canções, muitos quilómetros de estrada... e muitas patifarias, também!...

 

Pois bem, estava eu a dizer que a banda tocou.

 

Lá estávamos nós a executar, com mais pundonor do que talento, os êxitos populares em voga naquela altura, e o pessoal dava o seu pezinho de dança, enquanto ao redor do recinto se viam os espectadores mais recatados, mas igualmente interessados.

 

Entre eles, estava o nosso motorista: Um metro e sessenta de altura, cara bonacheirona e corpo gordinho q.b., resultado de boa mesa e melhor álcool...

 

Mais um à-parte: como não tínhamos dinheiro nem para mandar cantar um cego, quanto mais para comprar uma carrinha, optávamos por assegurar os serviços de alguém que dispusesse de uma, a troco de algum "couro e cabelo"...ARHAM!... aaa... quero dizer... escudos por quilómetro percorrido.

 

Voltando ao nosso motorista...

 

Ali estava ele, com um ar sorridente, a assistir à nossa actuação.

 

Chegou o momento de actuar o rancho folclórico. Óptimo, dissemos nós, pois isso implicaria uma sempre bem vinda paragem de, pelo menos, uma hora.

 

É preciso não esquecer que a actuação de um grupo de baile pode durar cinco horas...

 

E os músicos foram sentar-se no parapeito do largo, ao lado do nosso motorista, que, com a sua cara bonacheirona, sorriso aberto e corpo "redondinho", batia palmas ao ritmo da chula debitada pelos músicos do rancho.

 

Mas houve um músico que não se juntou àquele grupo...

 

Com efeito, o "tal músico de 1m80 de altura e mais de 100 kg de peso" (adivinhem quem  ...) tinha o costume de dar um passeio a pé pelas redondezas, com o fito de conhecer melhor a localidade e, também, arejar um pouco.

 

Ao passar na berma da Estrada Nacional 2, por baixo do dito parapeito, viu o motorista ali sentado (com metade do traseiro, qual lua cheia, fora do parapeito...). Sorriu perante o cómico do quadro.

 

Ao olhar para o chão, viu uma vara de eucalipto com cerca de 2 metros de comprimento ali tombada.

 

Voltou a olhar para cima... ... e não resistiu à ideia diabólica que de chofre lhe ocorreu!!!

 

Pegou na vara, transformando o COMPRIMENTO em ALTURA...

 

... e espetou-a numa das bochechas daquele rabo gordo !!!

 

Ao sentir o toque, o pobre homem, como que impelido por uma mola, saltou do parapeito e deu uma curta corrida em passos simiescos, enquanto os músicos riam a bandeiras despregadas .

 

Bufando de fúria, o pobre homem ainda olhou para o autor da brincadeira... mas de imediato lhe passou a "braveira", e começou a rir-se também.

 

Foi uma das patifarias mais cómicas que alguma vez se viu naquele conjunto!!!

 

 

Visitante

Música: "Ass Like That" (Eminem)
Sinto-me:

Publicado por Visitante às 17:04
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2 comentários:
De TiBéu ( Isa) a 26 de Setembro de 2008 às 10:43
Grande história amigo. Bom fim de semana para ti e obrigada pelos comentarios. bj


De M.Luísa Adães a 1 de Outubro de 2008 às 09:19
Visitante

Conheço Vila de Rei - pena foi, aquele incêndio que devastou aquela beleza.

linda e cheia de graça a sua história verdadeira.

Como bom visitante, venha ao meu recanto o no poema "Mistério" ou noutro ... ponha apenas o seu nome - não necessita perder tempo. Eu compreendo!

o blog é o mesmo:

http://prosa-poetica.blogs.sapo.pt

http://os7degraus.blogspot.com

Não esteja tão longe e por tanto tempo!

Com carinho,

Maria Luísa


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