Hora de almoço de um dia de verão, zona de Setúbal.
Os músicos e o seu motorista pararam num restaurante à beira da estrada, para almoçar.
Mandámos vir umas sardinhas e uns carapaus assados, e toda a gente se saciou a preceito.
Mas, para além de se ter saciado a preceito, um dos elementos do conjunto - não!, desta vez não foi "tal-músico-de-1m80-de-altura-e-mais-d
E os restantes tiveram de o aturar durante o resto do percurso... Valeu o facto de esse músico ter uma veia humorística pronunciada quando bebia demais.
A dada altura do percurso, esse elemento do conjunto, que viajava no banco da frente da carrinha, lembrou-se de repente de se levantar do banco, virar-se de costas para o pára-brisas, baixar os calções e exibir a quem circulava em sentido contrário... um rosado e luzidio traseiro!!! ...
Os olhos esbugalhados de surpresa dos outros condutores ao repararem naquele anatómico espectáculo valeram ouro...
Após algumas horas de viagem (naquele tempo não havia auto-estradas - só segmentos... - e as carrinhas desse tempo nada têm a ver com as da actualidade, cujas prestações pedem meças a muitos automóveis ligeiros...), chegámos a Vila Nova de Milfontes.
Já com o "grão-na-asa" do nosso colega devidamente "dissolvido" e "digerido", lá procedemos à montagem e ligação do material.
E a partir das 22:00, demos início à actuação.
E logo então começou uma curiosa "batalha" entre o conjunto e a instalação eléctrica do recinto, para se apurar qual das duas partes conseguia estar activa - o conjunto - ou inactiva - a instalação eléctrica - por mais tempo.
Eu julgo que terá havido o que se pode chamar "empate técnico"...
Mas a coisa não se ficou por aí...
Durante um dos "apagões", um indivíduo saltou para o palco e dirigiu-se à bateria.
Antes de continuar, um pequeno à-parte: Nessa altura estava em voga a canção "AMOR", dos Heróis do Mar. Quem a conhece, decerto se lembra da introdução: quatro sequências de quatro toques de tarola (o tambor mais sonoro, onde normalmente são batidos os tempos fortes) e outras tantas exclamações "tchá! tchá!... tchá! tchá!.." feitas em simultâneo e em "backing vocals" pelos Heróis do Mar.
Pois bem, esse indivíduo saltou para o palco, dirigiu-se à bateria e, sem pedir licença a quem quer que fosse, agarrou numa "baquete" e começou a bater essas sequências na tarola.
... O que motivou desde logo uma intervenção furiosa do nosso baterista, que prontamente o expulsou dali.
Mais outro à-parte: Qualquer músico que se preze é extremamente meticuloso com os seus instrumentos...
Pois o tal indivíduo acatou a ordem de expulsão do palco e, enquanto descia dali, resmungava para si próprio: "tá!tá!, tá!tá!... não há!"
Era óbvio que aquele tipo devia estar fora do seu estado normal...
...pois, no "apagão" seguinte, lá estava ele de novo em cima do palco... com as calças em baixo e a exibir os órgãos genitais ao público quando as luzes se reacenderam...
Depois de devidamente "convidado" a sair do palco (por pouco que não teve o mesmo percurso dos "tufos de penas cacarejantes" relatados na história de Calvos hehehehe...), o indivíduo acabou por ser conduzido para longe dali.
Quando se deu mais um apagão que demorou mais de meia hora, e eram já duas da madrugada, o arraial terminou ali mesmo.
Para a memória do conjunto ficou o "tá!tá!, tá!tá!... não há!"...
Visitante
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.