Tarde e noite de verão, arraial ao ar livre.
A meio da tarde, cinco encalorados músicos atacavam as músicas do seu reportório, fazendo rodopiar os pares no arraial.
E encalorados porque o palco, embora espaçoso (coisa rara naquele tempo, pois as Comissões de Festas achavam que autênticos "cubículos" onde mal cabiam acordeonistas - com todo o respeito que estes últimos me merecem... - tinham de albergar cinco músicos e o seu material... manias, pronto!!!...), não tinha qualquer cobertura...
A uma certa altura, os cinco músicos já exibiam garbosamente lenços com pontas atadas em cima de outras tantas cabeças, improvisando uns tão cómicos quanto ridículos chapéus...
Era o que se podia arranjar, pois o sol caía a pino...
Só que...
...No caso do "tal-músico-de-1m80-de-altura-e-mais-de-100-kg-de-peso" (adivinhem quem ...), o remédio foi tardio... Tinha começado a sentir uma dorzinha de cabeça localizada no parietal esquerdo... e isso era sinal de sarilho...
Quando terminou a "matinée" (cerca das 20:00), os músicos sentaram-se à mesa para jantar.
O "tal-músico-de-1m80-de-altura-e-mais-de-100-kg-de-peso" (adivinhem quem ...) ainda pediu um bife grelhado sem qualquer acompanhamento... e uma garrafa de água natural...
Qual quê?!?!?... Assim que o bife entrou no estômago do pobre "músico-de-1m80-de-altura-e-mais-de-100-kg-de-peso" (adivinhem quem ...), depressa tomou um rápido caminho de retorno pela mesma via...rss
O pobre desgraçado estava com um ataque de "figadeira" provocado por uma insolação...
E quando assim era, tudo o que "entrava" ... "saía", nem que fosse uma saudável "Água das Pedras" !!!!
Só havia uma solução para este caso, que já tinha resultado anteriormente: uma ligeira "passagem pelas brasas" de 20 a 30 minutos, para acalmar o organismo.
E assim fez.
Dirigiu-se à carrinha de transporte do material, estendeu-se no banco dianteiro... e adormeceu que nem um santinho...
Acordou 40 minutos mais tarde, com o troar da aparelhagem a fazer o "check sound"..
Retornou ao palco... e experimentou a beber um pouco de água.
"Ficou"...
Daí a poucos minutos... uma bolacha de água e sal.
"Ficou"...
Uma hora mais tarde, uma boa dose de água natural.
"Ficou"...
Pois bem, meus amigos:
Ao fim da noite, já o "tal-músico-de-1m80-de-altura-e-mais-de-100-kg-de-peso" (adivinhem quem ...) estava a comer...
... não uma bolacha de água e sal...
... não um prato de peixinho cozido...
... não um prato de bifinho grelhado...
mas sim ...
...
TARÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!...
...
C A R N E D E P O R C O "À S M E R C Ê S" ! ! ! !
Visitante
Noite de inverno, actuação na colectividade local.
A banda chegou, "assentou arraiais", ligou materiais e outras coisas mais.
(Esta rimou bem demais!!!)
Montada a instalação sonora, ligados os instrumentos, feito o "check-sound", os músicos foram jantar a um restaurante ali próximo.
Sentaram-se à mesa a comer, e um deles, um latagão de 1m80 de altura e mais de 100 kg de peso (adivinhem quem ...) devorou uma opípara refeição - como diria o poeta "comeu daquela vez como se fosse a última"...
Feliz e de barriguinha ("barriguinha"...) cheia, o nosso músico lá acompanhou os seus quatro colegas de regresso à colectividade.
Feita uma última revisão para ver se estava tudo em ordem, eis que batem as vinte e duas badaladas e a banda atacou a primeira música.
E lá fomos tocando e cantando, divertindo a assistência e divertindo-nos nós próprios.
(Para que possam compreender os motivos do que vou contar mais à frente, devo esclarecer que esse músico calmeirão e de apreciável envergadura física passava o tempo a mexer-se enquanto tocava. Além disso, a sua amplitude vocal permitia-lhe acompanhar o seu vocalista com vozes em tons altos, tudo isso à custa do esforço das cordas vocais, do diafragma e dos músculos do estômago)
Eis, pois, os ingredientes da receita:
- Um opíparo jantar;
- Um movimento constante do músico durante a actuação;
- A frequente contracção dos músculos do estômago;
... e estava pronta a caldeirada...
Só faltava o momento da "cozedura"...
... que aconteceu quando, passadas algumas horas após o opíparo jantar , estava a Banda a tocar a "Valsa da Meia Noite" enquanto os pares ondulavam ao ritmo de compasso ternário, o "tal" músico latagão de 1m80 de altura e mais de 100 kg de peso (adivinhem quem ...) fez repentinamente um sinal aflitivo para os seus colegas terminarem abruptamente a música, saiu quase em vôo do palco, entre os olhares surpreendidos de colegas e bailantes, correu para a casa de banho e mal teve tempo de "deitar tudo cá para fora"...
Lá se fôra o opíparo jantar ...
Escusado será dizer que o resto da noite foi passado a "Água das Pedras"...
Essa noite serviu-lhe de lição para nunca mais repetir a "gracinha"...
Visitante
Fim de tarde de verão, arraial ao ar livre.
A banda encontrava-se em plena actuação, executando músicas próprias da época.
Entre o público estavam duas moças amigas deste vosso músico, que se deslocaram ao local para assistir à miséria....ooops....aaaaa..... ARHAM!!!... quero dizer... ao espectáculo.
A dado momento, as referidas amigas ausentaram-se por um bocado, provavelmente para irem ao café próximo do arraial.
No momento em que regressavam, a banda executava um "medley" de músicas de Quim Barreiros... uma das quais tem um título ... digamos... "nominal" .
Quando ESSA canção foi tocada e cantada, a expressão atónita de uma das minhas amigas valia ouro, enquanto a outra atroava os ares com as suas gargalhadas cristalinas.
Mas eu juro que foi coincidência!!!!
Visitante
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.